Oct 08, 2022
Primeira vez no blog? Dá uma olhada na primeira análise
que fizemos aqui para entender como interpretar os gráficos de prêmios de
risco. Confira também a página de metodologia
para entender como geramos as figuras das análises.
Bem galera, continuando com a nossa programação normal, vamos às análises do
mês de Setembro de 2022, marcado pela campanha eleitoral no Brasil para
Presidência, Governos Estaduais, Senado e Legislativo (Federal e Estadual).
Teremos algumas "novidades estruturais" no post deste mês, resultado de
algumas reflexões que fiz sobre as análises durante a corrida presidencial.
Conforme vimos na nossa primeira análise especial,
Setembro é um mês que, na média, tem dado prejuízo para boa parte das classes
de ativos, em especial o Ethereum (ETH-USD) e a prata (SLV). Vamos ver se isso
aconteceu desta vez.
Movimento dos prêmios de risco

Figura 1 - Movimento dos prêmios de risco
E temos aqui a primeira novidade: resolvi deixar somente o movimento dos
prêmios somente dos últimos 3 meses (mantendo os quantis históricos de 1% e
99%). Fiz isso pois na prática o foco das nossas análises está sendo
exatamente no "curto prazo". De toda forma, como já exibimos em posts
anteriores os movimentos históricos, creio que não teremos muito prejuízo com
essa mudança de layout.
Agora, sim, vamos de fato às análises. De forma bem geral, pudemos de fato ver
dicotomia de movimentos entre as classes de renda fixa e de ações este mês.
Enquanto os prêmios dos títulos públicos americanos (SHY, IEF e TLT) tiveram
movimentações de alta em setembro (com bastante volatidade), os prêmios das
ações e REITs fizeram forte em queda, com destaque para S&P500 (IVV) e ações de
crescimento (VUG), cujos prêmios ficaram bem próximos do quantil de 1%.
Na Renda Fixa, por outro lado, os títulos de curto prazo (SHY) chegaram a
fechar o mês na zona positiva. Apesar disso, se analisarmos o desenho
formado a partir da metade de Julho, podemos interpretar que esta alta
em setembro pode simbolizar um "descanso do movimento de queda" que vem
acontecendo desde o meio do ano, e que há possibilidade dos prêmios da
renda fixa cairem em Outubro.
Uma coisa que me chamou à atenção nos prêmios das ações e REITs foi um
repique para a zona de 0 logo no início do mês antes do movimento de baixa
realmente acontecer. Isto é um fenômeno que vez ou outra é observado
em quem faz trading, porém a "linha de referência" utilizada é normalmente
uma média móvel, por exemplo. Ainda neste contexto de trading, misturando
um pouco com investimentos, uma hipótese que podemos fazer é que de alguma
forma agentes institucionais (grandes bancos, fundos de investimentos etc.)
"deram um jeito" de fazer os preços subirem um pouco para diminuirem o
prejuízo. Uma vez que os preços ficaram numa zona mais interessante,
terminaram de se desfazer dos ativos que tinham, e aí o preço foi lá para
baixo. Só lembrando que isto é mera especulação minha, o motivo pode ter sido
outro completamente diferente. Tem vários outros fatores no meio, como
inflações globais, aumento dos juros nos EUA etc. etc.
Passando agora para o setor de commodities, Setembro foi marcado basicamente
por continuações dos movimentos já observados em Agosto. O prêmio de risco
da Prata (SLV) continuou o movimento lateral que vem fazendo desde Julho,
ficando sempre 0% e -10%. Apesar disso, ele fechou o mês acima do ponto
em que começou, encostando na faixa de 0%. Ouro (IAU) também passou por
isso (e na prática, passou o mês caindo), fechando em alta em relação ao
início do mês.
O prêmio do petróleo (XOP), porém, devolveu todo o lucro obtido em Agosto,
fazendo um movimento bem direcional para baixo. E assim como vimos com os
prêmios das ações, eu não duvidaria que isso possa ter sido (em parte) um
movimentação dos "instituicionais" (grandes bancos, fundos de investimentos
etc.). Por fim, o prêmio do Urânio também fez um movimento direcional de
baixa, tal o XOP, conseguindo porém fechar o mês na zona de 0%, apesar de
ter ficado em níveis inferiores aos do início do mês.
Fechando a seção com as criptos, tivemos o prêmio do Bitcoin lateralizado,
fechando o mês em alta, na zona de 0%. O do Ethereum, por sua vez, começou
Setembro lateral, fazendo depois movimentos direcionais para baixo e para
cima, respectivamente.
Um fenômeno curioso que aconteceu com os prêmios de ações, REITs e criptos
é que eles ou chegaram bem próximo do quantil de 1%, ou atingiram a mesma
região que fundos anteriores bem recentes antigiram (chamamos isso de
"zona de suporte", no trading). Falando especificamente das criptos,
percebam seus prêmios fecharam o mês subindo. Será que teremos movimentos
de alta na renda variável em Outubro? Ou será que poderemos ter os quantis
de 1% "atualizados"?
Outro fenômeno curioso aconteceu com a Prata: é a terceira vez desde Julho
que o prêmio bate na zona de 0%. Ele caiu nas duas vezes anteriores. Será
que a Prata continua nesta "zona de acumulação" (ou seria "distribuição"?)
ainda em Outubro? Ou será que ela rompe para cima, fazendo um movimento
direcional?
Seguiremos monitorando.
Agora que discutimos bastante sobre os movimentos dos prêmios, vamos dar uma
olhada nas correlações entre eles.
Correlações entre grupos de classes de ativos

Figura 2 - Correlações entre classes de ativos
E vamos à nossa segunda mudança estrutural: resolvi trazer primeiro, dessa vez,
as correlações dos grupos de classes de ativos. Dessa forma, a gente olha
primeiro para o panomara geral, e o que pescarmos que pontos interessantes
para vermos com mais calma, a gente se aprofunda no próximo quadro.
Dito isto, temos três pares de grupos que chamaram bastante à atenção este
mês:
- Títulos US e Commodities: Tivemos uma queda de agosto para setembro, de
-0.2 para -0.38. Isto certamente reflete a dicotomia do aumento dos prêmios
dos Títulos e a lateralização das commodities.
- Commodities e Ações: Aqui tivemos um fenômeno curioso: a correlação
permaneceu igual (em 0.36) de Agosto para setembro, mesmo os prêmios
de ações fazendo um movimento bastante direcional.
- Títulos US e Criptos: Tivemos um aumento significativo nas correlação
entre os dois grupos (ainda que ela ainda esteja na zona negativa): de
-0.11 para -0.00089. Minha interpretação é que as lateralizações do
BTC (em parte) contribuiram para isso. É importante mencionar que a
cripto mais famosa da história tem orbitado o antigo topo de 2017/2018
nestes meses recentes (ou seja, muito comprador "defendendo o Bitcoin"
nesta região). Esta (também) dicotomia de criptos laterais/títulos
crescendo ajuda a explicar a "correlação 0" entre os dois grupos.
Vamos agora olhar o quadro de correlações com esses direcionamentos.
Quadro de correlações

Figura 3 - Quadro de correlações
Vimos na seção anterior que Títulos US e Commodities tiveram uma baixa
considerável em sua correlação. O quadro acima (comparando com o de
Setembro) ilustra o motivo disso: a Prata! Se em Agosto a correlação
dela com SHY, IEF e TLT (Títulos de curto, médio e longo prazo,
respectivamente) estava entre 0.2 e 0.3, em Setembro ela caiu para a
faixa de 0.08 a 0.20! Mais especificamente, de 0.25 para 0.08 com SHY,
0.36 para 0.1 com IEF, e 0.43 para 0.18 com TLT! O que uma lateralização
não faz... A propósito, a correlação do XOP (Petróleo) com os títulos
continua lá em baixo, não mudou muito de Agosto para Setembro. Ouro
também, embora tenha igualmente caído (mas não mais que 5 pontos
percentuais).
E não pense que a correlação da Prata caiu só com os Títulos, pois
caiu com as ações também! Pois é, mesmo a correlação entre os grupos
(commodities e ações) tenha ficado na mesma, a correlação da prata
com as classes de ações caiu consideravelmente: de 0.47 para 0.29 com
o IVV, de 0.51 para 0.37 com o VUG, e de 0.37 para 0.18 com o ILCV.
Com a criptos, por outro lado, a correlação aumentou: de 0.09 para 0.2
com o Bitcoin, e de 0.13 para 0.18 com o Ethereum. Como as criptos
também lateralizaram em Setembro, é natural a correlação aumente.
Fechando agora com a dupla Títulos US vs Criptos, percebemos que de
Agosto para setembro tivemos aumentos consideráveis entre todos os
pares dos dois grupos de classes. O destaque vai para o IEF, cuja
correlação com o BTC saltou de -0.12 para 0.02 (saiu de uma
correlação negativa para uma correlação neutra). Com o Ethereum,
o salto foi de -0.1 para 0.
Comentamos na análise de agosto sobre
a possibilidade de ter havido oportunidade de se fazer rebalanceamento
de carteira (isso para quem segue alguma estratégia de investimento).
Pelo que vimos aqui, parece que o mês de Setembro reforçou isso. Vamos
ver o que vem por aí nos próximos meses.
Finalizando o post
Até onde o autor deste blog sabe e até o momento da escrita e publicação deste
post, ainda não saiu nenhuma notícia sobre um novo crash nas bolsas globais
nem na do Brasil. Apesar disso, o "bear market" segue. A prata segue em uma
lateralização que parece muito com uma acumulação (ou distribuição). E pelas
análises do Ryteband, talvez esteja mais para uma acumulação. Não duvidaria
que o petróleo também estivesse (embora com uma volatilidade bem maior).
Vamos ver o que vem por aí nos próximos meses.
Para fechar a finalização do post, um "spoiler": estou preparando uma segunda
análise especial, desta vez em cima de uma das classes de ativos que
acompanhamos aqui no blog, bem como planejando uma terceira, seguindo a mesma
linha da que está para sair. Não vou prometer que vai sair logo, mas já está
quase engatilhada. Aguardem.
Até a próxima postagem!
Sep 05, 2022
Primeira vez no blog? Dá uma olhada na primeira análise
que fizemos aqui para entender como interpretar os gráficos de prêmios de
risco. Confira também a página de metodologia
para entender como geramos as figuras das análises.
Bem galera, continuando com a nossa programação normal, vamos às análises do
mês de Agosto de 2022, famoso no Brasil pelo codinome "o mês do desgosto".
Movimento dos prêmios de risco

Figura 1 - Movimento dos prêmios de risco
E realmente foi o mês do desgosto. Não só por ter sido um mês que não teve
feriados no Brasil, como também por ter sido um mês em que a grande maioria das
classes de ativos tiveram seus prêmios de risco caindo durante o mês. Como
exceções, temos a prata (SLV), o Urânio (URA), e ele, o nosso outlier, o
Petróleo (XOP). Enquanto SLV e URA andaram de lado, o XOP fez um movimento
de alta bastante expressivo, vindo a devolver uma parte dessa alta logo no
fim do mês.
Se a gente parar para observer, o Petróleo é uma classe de ativos interessante
de se acompanhar, estudar e até mesmo pensar como uma escolha de alocação em
um portifólio de investimentos. Parando para relembrar os posts recentes de
análises que fizemos aqui, veremos essa é uma classe de ativos que anda bem
na contramão das outras, revelando-se assim um bom instrumento de
diversificação, por exemplo.
Importante lembrar aqui: não tomem isto como recomendação de compra ou venda.
Lembremos do que comentei nas boas-vindas e na
primeira análise feita aqui no blog (seção
"Finalizando o post").
Voltando: apesar da alta no XOP (Petróleo) este mês, que o faz ter esse papel
de balanceador frente às outras classes, é importante pontuar algumas coisas.
Primeira, conforme vimos na nossa primeira
análise especial, não só o prêmio de
risco do XOP, na média, costuma cair durante o mês de agosto, como os
prêmios dos Títulos Estadunidenses (SHY, de curto prazo; IEF, de médio prazo; e
TLT, de longo prazo), na média, tem suas maiores altas justamente em Agosto.
Logo, o que rolou em Agosto em 2022 pode ter sido um movimento dentro da "região
esquerda do primeiro desvio padrão" (confiram
este link e
este link
para terem uma noção do que estou querendo dizer aqui) ou um outlier.
Segunda: o mundo provavelmente está em recessão econômica (
link,
link,
link).
Falo provavelmente pois no momento ainda não possuo conhecimento suficiente
para falar sobre. Apesar disso, o fato é que a inflação ao redor do mundo tem
subido bastante e as taxas de juros nos Estados Unidos (e no Brasil também)
tem decolado (No Brasil, desde o início de 2021, e nos EUA, desde o início
deste ano). Isso gera duas consequências: (1) os investidores tendem a tirar
parte de sua grana da renda variável para colocar em renda fixa. Dessa forma,
se tem muita gente fazendo esse movimento, e aqui eu falo dos ricaços mesmo,
os preços de ações, imóveis etc. tende "naturalmente" a cair, pela aquela
velha "lei da oferta e da procura"; (2) como os títulos dos EUA são prefixados,
seu movimento acaba sendo o inverso do da taxa de juros, ou seja, se a taxa sobe,
os preços deles caem.
Em suma, estamos em uma época em que "se espera que hajam quedas". Relembrando
ainda a análise especial, a gente
pode perceber na Figura 1 da análise que normalmente o retorno médio agosto
para SP500 (IVV), Ações de Crescimento (VUG) e de Valor (ILCV) costuma ser
menor que o de Julho. No caso do ILCV chega a ser negativo. Nas Criptos,
o retorno fica menor em Bitcoin (BTC-USD) e negativo em Ethereum (ETH-USD).
Terceira coisa (pra fechar): estamos entrando em Setembro, mês conhecido
por grandes crashes no passado (que também comentamos na análise especial).
O mês de agosto foi um "ensaio"? O tempo dirá, e seguiremos acompanhando.
Agora que discutimos bastante sobre os movimentos dos prêmios, vamos dar uma
olhada nas correlações entre eles.
Quadro de correlações

Figura 2 - Quadro de correlações
Na análise desse mês vou focar somente nas correlações dos últimos três meses,
por motivos de "inércia do movimento da correlação no longo prazo" que já vimos
em posts anteriores.
Começando com o Petróleo: vemos que a correlação do seu prêmio de risco com os de
classes ações aumentou significamente (por exemplo, de -0.64 para -0.32 com o IVV).
A minha interpretação é que essa alta recente que teve no prêmio do XOP acabou
de alguma forma "compensando" a movimentação de baixa dos meses anteriores, fazendo
como que ele ficasse num patamar, em termos de movimentação, "menos diferente" do
dos prêmios das ações.
As ações, por outro lado, tiveram suas correlações de curto prazo com os "Títulos
US" diminuídas também significativamente (por exemplo, a correlação dos prêmios de
SHY e IVV saiu de 0.62 para 0.34, e a dos de VUG e SHY, de 0.47 para 0.23). Detalhe
que isso aconteceu mesmo ambos os grupos de classes apresentando baixa em Agosto.
Isso evidencia o argumento de quem usa e defende a Paridade de Risco
como método de investimento sobre sempre ter no portifólio diferentes classes de ativos,
por exemplo ações e títulos, por garantir a possibilidade de pegar esse tipo de evento.
Quem sabe os Títulos voltem a subir enquanto as ações continuem caindo? (apesar de
particularmente eu achar isso pouco provável, frente ao que comentamos anteriormente).
Outro ponto de destaque que eu trago aqui são as criptos: como "todo mundo
caiu junto" em Agosto, a correlação dos prêmios delas com os das classes
ligadas a Títulos e Ações deu salto enorme. Talvez o maior destaque vá
para a correlação dos prêmios de Bitcoin (BTC-USD) e Ações de Valor (ILCV),
que saiu de 0.01 em Julho para 0.57 em Agosto. Estamos falando de ter saído
de um nível de "correlação nula" para "correlação alta". Detalhe que a
correlação histórica das duas classes é de 0.46. O Ethereum (ETH-USD) também
teve uma alta nesta mesma correlação: saiu de 0.19 em Julho para 0.59 em Agosto,
sendo a histórica 0.38.
Com os títulos não foi diferente, e ainda teve um detalhe adicional: as criptos
com eles saíram de uma correlação negativa para positiva. O destaque aqui vai
para a correlação com os prêmios dos títulos de longo prazo (TLT). Com o BTC,
saiu de -0.28 para 0.04. Com o ETH, de -0.16 para 0.06. Estamos falando aqui
de classes que estavam em movimentos opostos e agora estão começando a fazer
o mesmo movimento. Em todo caso, a correlação histórica de BTC com TLT é de
0.09, e do ETH, 0.04.
Parando para pensar agora, o que estes movimentos podem também estar
sinalizando é um momento para, por exemplo, quem segue alguma estratégia de
investimento, fazer rebalanceamento de carteira, ou seja, ajustar as
percentagens de dinheiro investido em cada classes para as "proporções
originais", por exemplo.
Correlações entre grupos de classes de ativos
Para fechar o post, vamos colocar as diversas classes de ativos em grupos
maiores e ver como se correlacionam:

Figura 3 - Correlações entre classes de ativos
"No apanhado", podemos ver a correlação dos grupos de Ações e Títulos reflete bem
o que aconteceu entre as classes individualmente (saímos de 0.65 em Julho para
0.52 em agosto). Dessa vez, as correlações do grupo das Criptos com os todos os
outros grupos de classes aumentou (em Julho, as correlações de Criptos com Ações
e Criptos com Commodities havia diminuido, mesmo com "todo mundo fazendo
movimento de alta").
Outro ponto de destaque vai para o REITs: as correlações deste grupo com
Títulos e com Ações estabilizou de Julho para Agosto, reforçando a ideia de
"anomalia" em relação ao que aconteceu em meses anteriores. Um ponto de
atenção aqui vai para a correlação de REITs com Commodities: saiu de -0.15
em Julho para 0.24 em Agosto. Um salto surpreendente. Revisitando o gráfico
da Figura 2, veremos que isso (mais uma vez) foi puxado pelo Petróleo, cuja
correlação com classes de Ações dobrou no geral. Além dele, podemos ver,
ainda na Figura 2, que as correlações dos prêmios da Prata (SLV) também
deram uma baita contribuição, posto que aumentaram em torno 10 vezes de
Julho para Agosto, com destaque para as correlações com os prêmios do
SP500 (IVV), que saiu de 0.03 em Julho para 0.47 em Agosto, e
(novamente) do ILCV, que saiu de -0.1 para 0.37, ou seja, saiu de uma
correlação negativa para uma positiva, com vistas a se fortalecer!
Um ponto rápido para fechar esta seção: comparem a correlação histórica
do grupo das Criptos e Commodities com a dos últimos 100 meses, isso agora
em Agosto, sem olhar para Junho. Mais um provável sinal de "a hora de
rebalancear chegou".
Finalizando o post
É, minhas amigas e meus amigos, as assimetrias e anomalias de mercado
continuaram em Agosto. Petróleo vem mais uma vez roubando a cena, ainda mais
em um cenário de tantas quedas. Prata quase passou desapercebida até que
visualizamos as correlações. E da mesma forma que "fizemos alguns acertos" há
uns posts atrás, dessa vez "erramos"! Na análise mensal anterior, dissemos que
Agosto promete continuação desse movimento de alta pelo menos nos títulos,
ações e criptos*.
É como dizem, "errar é humano". Outra coisa: quando se vai estudar sobre
mercado financeiro, é muito comum ouvir que é "impossível prever o futuro".
E como diria o Ryteband, "Seja humilde perante a incerteza". Ou seja, nem
sempre estaremos acertando, dado componente de imprevisibilidade do mercado.
Em todo caso, o contexto macroeconômico mundial já vinha dando algumas pistas
de que essas quedas aconteceriam.
E justamente por isso que vale aquela máxima, "Seguiremos monitorando".
Setembro está começando. É um mês que marca o fim do terceiro semestre do
ano. Alguns crashes no passado rolaram neste mês. O que será que pode vir
por aí em Setembro de 2022?
Seguiremos monitorando.
Até a próxima postagem!
Aug 15, 2022
Primeira vez no blog? Dá uma olhada na primeira análise
que fizemos aqui para entender como interpretar os gráficos de prêmios de
risco. Confira também a página de metodologia
para entender como geramos as figuras das análises.
Estamos de volta! E aí pessoal, será que os Títulos de Curto Prazo (SHY)
tiveram retorno positivo em Julho de 2022? Será que o petróleo (XOP) caiu? E as
criptos? Vimos em Junho tanto o Bitcoin (BTC-USD) quando o Ethereum (ETH-USD)
cruzarem o quantil de 1%. E aí? Será que subiram? Vamos ver como as classes de
ativos se saíram no famoso mês das férias.
Movimento dos prêmios de risco

Figura 1 - Movimento dos prêmios de risco
E não deu outra: Renda Fixa dos EUA (SHY, IEF e TLT), Ações (IVV, VUG e ILCV)
e REITS (VNQ) em um mega rali de alta nos prêmios de risco, terminando o mês
com um recuo. Enquanto nas classes de ações este recuo foi relativamente tímido
comparado ao movimento de alta, na renda fixa ele já foi mais considerável, com
destaque para o SHY, que devolveu praticamente todo o retorno (não por acaso a
média de retornos dessa classe é bem pequena, não só no mês de Julho como nos
outros meses).
Outro ponto que podemos perceber que aconteceu em comum entre renda fixa,
ações e REITS é que, se compararmos os gráficos dos últimos 3 meses com o
histórico, veremos que os prêmios de risco atingiram "regiões de topo" também
atingidas em momentos anteriores recentes, daí esse recuo no fim do mês. Nisto
é importante destacarmos que a classe do S&P 500 (IVV) chegou bem próximo do
quantil de 99%, e que a classe das ações de crescimento (VUG) encostou
no quantil. Os gráficos históricos nos mostram que os prêmios de risco se
movimentam tal qual "gangorras", então a aproximação destas regiões de "topo
histórico" nos levanta a possibilidade de mais recuo de Agosto em diante para
os prêmios de risco das classes de ativos mencionadas anteriormente.
Se por um lado tivemos um rali com as classes comentadas acima, com Commodities
(IAU, SLV, XOP e URA) a coisa foi diferente: ouro (IAU) e prata (SLV) passaram
o mês "patinando", fechando Julho com os prêmios de risco na zona negativa.
Urânio (URA), por outro lado, fechou na zona positiva. Petróleo, por fim,
passou o mês em queda livre, seguindo seu "comportamento padrão" para o mês
como vimos aqui. Rytenband
recentemente postou uma análise da prata
em seus stories no Instagram demonstrando que estamos em um bom momento para
acumular da classe. Parando para analisar o gráfico histórico do prêmio de
risco, veremos que ele, no fim de Julho, estava de fato numa região próxima
a "fundos anteriores". No entanto, ainda há um espaço para cair ainda mais.
Algo semelhante pode ser dito em relação ao ouro. Em relação ao Urânio,
talvez ainda vejamos o prêmio continuar subindo em agosto.
Fechando as análises dos movimentos com criptos, comentamos no mês passado
sobre o toque no quantil de 1% e uma possível movimentação de alta. Eis que foi
exatamente isso que aconteceu: um rali de alta expressivo, principalmente para
o ETH-USD, cujo prêmio de risco fechou o mês em aproximadamente 50%. Realmente,
conforme vimos aqui, o mês de Julho
é bastante generoso para os prêmios de risco das criptomoedas.
Agora que discutimos bastante sobre os movimentos dos prêmios,
vamos dar uma olhada nas correlações entre eles.
Quadro de correlações

Figura 2 - Quadro de correlações
E mais uma vez, conforme comentamos na análise de Junho
também, as correlações históricas dos prêmios das classes de ativos foram
pouquíssimo alteradas, devido aquilo que já comentamos sobre o longo prazo.
Logo, as maiores mudanças sempre estarão no curto prazo, reproduzindo,
evidentemente, o que a gente já viu na seção de movimentos.
Comparando o quadro de Julho com o de Junho, poderemos ver que as cores estão
mais "claras" nele, dado que quase todas as classes tiveram retornos positivos
em conjunto. Por outro lado, a queda forte no Petróleo derrubou brutalmente
a correlação dele com as demais classes, em especial com os títulos e ações.
Por exemplo, enquanto a correlação dos prêmios de XOP e ILCV (ações de value)
estava em 0.38 em Junho, em Julho ela passou para -0.59, uma queda de 255%!.
Para efeitos de comparação, a correlação entre os prêmios de S&P 500 e SHY
(Títulos de Curto Prazo do Tesouro dos EUA), neste mesmo período, foi de
aproximadamente 48%. Se por um lado as correlações do Petróleo derreteram,
as das criptos andaram no extremo oposto: a correlação entre Ethereum e SHY,
por exemplo, aumentou 94% neste mesmo período. Para quem segue estratégias
como paridade de risco
ou busca diversificar usando ativos com baixa correlação entre si, este tipo
de dado pode conferir insights interessantes sobre momentos para
rebalanceamento de carteira.
Outra elevação de correlações bastante supreendente para o período foi a dos
prêmios de REITS com Títulos Públicos (SHY, IEF e TLT), que aumentou,
respectivamente, de 0.11 para 0.38, de -0.03 para 0.43, e de -0.06 para 0.53.
Eu comentei na análise mensal anterior que a baixíssima correlação de Junho
poderia ser decorrente de um provável outlier ou então erro de código.
Se compararmos a correlação observada em Julho com a de Maio, e compararmos
novamente com Junho, veremos que o meio do ano representou sim um outlier.
De toda forma, temos aí mais um caso de assimetria interessante a ser estudada
e explorada.
Correlações entre grupos de classes de ativos
Para fechar o post, vamos colocar as diversas classes de ativos em grupos
maiores e ver como se correlacionam:

Figura 3 - Correlações entre classes de ativos
Este último quadro de correlações ilustra de forma interessante um resumo do
que vimos no quadro e nos gráficos anteriores: o rali de alta dos prêmios dos
títulos, ações, criptos e REITS fez as correlações entre estas classes de
ativos aumentarem significativamente, com Commodities andando na contramão.
A mudança na correlação entre REITS e Títulos de Junho para Julho foi
surpreendente, saindo de 0.0077 em Junho para 0.46 em Julho (em maio ela
estava em 0.17). Uma das grandes curiosidades para o mês de agosto, assim,
é verificar como vai ficar esta correlação. Outro grande destaque aqui, como
eu citei, é a correlação das Commodities com as demais classes de ativos, que
caiu drasticamente de Junho para Junho. Por exemplo, em Junho a correlação entre
elas e Ações estava em 0.33. Em Julho, -0.19. A correlação com os próprios REITs
também foi extravangante: saiu de 0.33 para -0.15. Certamente esse movimento
foi puxado pelo Petróleo, haja vista o quadro de correlações do XOP.
Finalizando o post
E é isso aí! Podemos dizer que os achados que encontramos na Análise Especial
realmente se concretizaram em Julho de 2022. Não só tivemos um verdadeiro
rali de baixa no Petróleo como uma verdadeira guinada para cima dos REITs,
levando sua correlação com as outras classes de ativos para as alturas, e a
das Commodities no extremo oposto. Com isso, pudemos identificar mais um
conjunto de assimetrias que podem ser melhor investigadas e utilizadas em
estratégias de investimento ou mesmo de trading de médio/longo prazo. Pela
análise especial que fizemos, Agosto promete continuação desse movimento
de alta pelo menos nos títulos, ações e criptos. Seguiremos monitorando.
Até a próxima postagem!
Jul 05, 2022
Primeira vez no blog? Dá uma olhada na primeira análise
que fizemos aqui para entender como interpretar os gráficos de prêmios de
risco. Confira também a página de metodologia
para entender como geramos as figuras das análises.
Bem galera, continuando com a nossa programação normal, vamos às análises do
mês de Junho de 2022, marcado pelo São João no Nordeste Brasileiro e pelo
"histórico" derretimento do Bitcoin. Por causa disso, nossa análise este
mês será feita "de trás para frente", começando com criptos, e terminando
com títulos públicos dos Estados Unidos.
Movimento dos prêmios de risco

Figura 1 - Movimento dos prêmios de risco
Conforme eu comentei em Junho de 2022, o
Bitcoin caiu tanto que perdeu até mesmo um topo histórico anterior. E vejam
só! O prêmio de risco da criptomoeda bateu no quantil de 1%, e logo após
isso começou a subir! Se olharmos para o histórico do prêmio, veremos que
a última vez que isto aconteceu foi em 2021: o prêmio bateu duas vezes
no quantil de 1% e em seguida subiu até atingir um patamar superior a 50%.
Outro período em que este quantil foi atingido foi entre 2018 e 2019, durante
o famoso crash. Isto pode sugerir (e lembrem-se, NÃO É recomendação) que
estamos em momento oportuno de se comprar Bitcoin (pensando por um outra ótica,
o preço está bem barato). Olhando agora o prêmio de risco Ethereum, podemos
ver que fez movimento equivalente ao do Bitcoin. Ele também cruzou o quantil
de 1% em 2021, porém uma única vez.
De toda forma, é importante atentar que o finalzinho de ambos os gráficos
(Bitcoin e Ethereum, e aqui vale salientar que o último ponto do gráfico é
do dia 29/06) mostram que os prêmios estão caindo. Ou seja: nada impede
que ainda vejamos em Julho um pouco mais de queda (aliás, até o momento
que escrevo esta postagem, esta queda já aconteceu).
Vamos agora para as commodities. Eu comentei na análise anterior duas coisas:
(a) que o Urânio (URA) estava iniciando uma movimentação de alta a partir de
um fundo próximo do quantil de 1%; e (b) que a prata (SLV) estava se
aproximando do quantil de 1%. Em relação ao prêmio do Urânio, podemos dizer
agora que realmente era um movimento de alta que estava se iniciando. O prêmio
de risco do Urânio inclusive chegou a atingir valores positivos (!), porém
terminou o mês (até 29/06, pelo menos) na zona negativa. Outro ponto
importante a se dizer é que esse movimento de alta foi carregado de
volatilidade (um sobe-e-desce violente), um pouco similar inclusive ao que
aconteceu com o Bitcoin em 2021. Em relação ao prêmio da prata, também vimos
um movimento de alta no mês de Junho, porém com bem menos volatilidade. O
prêmio de risco do Ouro também passou por isso e, diferente das outras duas
commodities, terminou o mês na zona positiva (com alguma possibilidade de
continuar subindo, inclusive). O movimento do prêmio do Petróleo (XOP) foi
o que destoou dos demais: começou o mês subindo, ficando inclusive entre 5
e 10 pontos percentuais do quantil de 99%, e logo em seguida fez uma queda
de modo que terminou o mês na zona negativa.
Partindo agora para ações e REITS, vemos que o mês de Junho foi
marcado por uma alta volatilidade. O movimento do prêmio de risco do
S&P 500 (IVV) refletiu bastante o repique nos preços que aconteceram
durante o período. Apesar da alta volatilidade, os prêmios de risco do
S&P 500, açoes de crescimento (VUG) e REITS (VNQ) aumentaram em relação
ao início do mês. O prêmio das ações de valor (ILCV) ficou virtualmente
no "zero a zero". Apesar disso, o desenho que se visualiza tanto no curto
prazo como em relação ao histórico é que poderemos ter um mês de Julho
de movimentação de alta novamente nos prêmios (e lembrem-se, NÃO É
recomendação).
Fechando essa parte das análises com os prêmios de risco dos Títulos
americanos. Na análise anterior, eu comentei que poderíamos ver movimentos
corretivos nos prêmios dos Títulos no mês de Junho, e realmente isto
aconteceu. Além disso, Junho foi um mês de alta volatilidade para estes
prêmios, especialmente para os de curto prazo (SHY), que cruzaram de zona
várias vezes. Notamos porém uma coisa interessante: todos fecharam o mês
na zona positiva, e virtualmente no "zero-a-zero" (na prática, com um pouco
de aumento). Nisso é importante darmos um destaque especial para os de longo
prazo (TLT): eles estavam na zona negativa desde antes do início de 2022,
e agora finalmente passaram dela. Olhando para o desenho dos históricos,
a aparência é de que talvez os prêmios aumentem ainda mais nas próximas
semanas. No entanto, a escalada nas taxas de juros do FED pode fazer com
que esse movimento se inverta rapidamente. Seguiremos monitorando.
Agora que discutimos bastante sobre os movimentos dos prêmios,
vamos dar uma olhada nas correlações entre eles.
Quadro de correlações

Figura 2 - Quadro de correlações
Vamo lá: se formos comparar as correlações históricas atuais com as que eu
postei mês passado, veremos que as mudanças foram "insignificantes". Isto
é natural, posto que foi a adição em um mês a um período de quase duas décadas.
Uma coisa que aconteceu bastante foram mudanças de 1 ponto percentual. Por
exemplo, a correlação os prêmios de Títulos Longos (TLT) e S&P 500 (IVV) saiu
de 0.41 para 0.42. A dos Prêmios de S&P e REIS também aumentou, de 0.84 para 0.85.
Isso inclusive coincide com os movimentos que analisamos nas curvas históricas:
ambos os Títulos, as Ações e os REITS passaram por forte volatilidade culminando
no aumento dos prêmios de risco.
Agora um fato curioso: a correlação entre Títulos Curtos e Médios (SHY e IEF)
com as Criptos permaneceu intacta, enquanto que a de Títulos Longos aumentou
1 ponto percentual (de 0.09 para 0.1 TLT-BTC e de 0.04 para 0.05 TLT-ETH).
Considerando este tímido aumento de correlação junto com o fato do TLT ter
fechado o mês na zona positiva após um longo período na zona negativa um sinal
de que algo semelhante acontecerá com as criptos? Há uma possibilidade que sim.
De toda forma, é imporante lembrar que tudo pode acontecer no mundo cripto.
(Mais uma vez) Seguiremos monitorando.
A história muda, porém, quando olhamos para as correlações dos últimos três
meses. As correlações entre Títulos e Criptos diminuiram 10% na média.
Por exemplo, TLT-BTC saiu de -0.52 para -0.64. IEF-BTC saiu de -0.6 para
-0.7, e TLT-ETH de -0.6 para -0.73. É importante apontar, porém, que este
aumento de correlação negativa também pode ser um sinal das criptos estarem
pelo menos próximas de um fundo, posto que, geralmente, corelações nestes
patamares podem indicar que as duas classes em algum momento próximo poderão
inverter seus movimentos (quem está subindo cairá, e quem está caindo subirá).
Importante apontar também que, para "pessoas comuns" como a gente, não dá para
saber com exatidão quando (exatamente) ocorrerá este ponto de inflexão, como já
diria Richard Rytenband aqui
e aqui.
Correlações entre grupos de classes de ativos
Para fechar o post, vamos colocar as diversas classes de ativos em grupos
maiores e ver como se correlacionam:

Figura 3 - Correlações entre classes de ativos
Se comparando as classes individuais a gente percebe que houveram diferenças mínimas
nas correlações históricas de um mês para o outro, isto se confirma quando observamos
as correlações macro: tudo intacto, com exceção das criptos (e ainda assim, a correlação
entre Criptos e Commodities se manteve). Por um lado, era até espeardo acontecer isso
com as criptos, dado que Junho (e meses anteriores) foi marcado por quedas bastante
acentuadas, principalmente por parte do Bitcoin. Temos aqui, porém uma anomalia muito
peculiar: enquanto a correlação registrada em Maio para os grupos de Títulos US e REITS
foi de 0.17, a registrada em Junho foi de 0.0077! Uma diminuição de mais de 15%!
Tenho duas explicações para isso: (1) o código (ou os dados) que uso para gerar essas
correlações "bugou"; (2) enquanto Títulos "andaram de lado" o mês todo, REITs tiveram
uma franca expansão no prêmio de risco, ocasionando assim numa diminuição drástica nas
correlações. Em relação a "(1)", seguiremos monitorando os números para vermos o que
acontece. Em relação a "(2)", caso os prêmios dos Títulos façam movimentos mais
direcionais agora em Julho, talvez vejamos esta correlação voltar a subir. Podemos estar
diante de um momento outlier.
Finalizando o post
O mês de Junho foi marcado essencialmente pelo derretimento do Bitcoin,
aumentando ainda mais as correlações negativas com os Títulos Americanos.
De outro lado, os próprios Títulos estão todos no positivo, apesar das
políticas do FED, e os prêmios das ações iniciaram um movimento de alta
interessante. Será que estamos próximos de uma "virada de ciclo", ou
pelo menos iniciando os preparativos para uma? Os sinais indicam que sim,
porém tudo pode acontecer (por isso que venho reiterado que nada aqui é
recomendação de compra ou venda). Só para fazer um contraponto, é importante
apontar aqui que as correlações talvez ainda tenham espaço de se alargarem um
pouco, assim como os movimentos que vimos este mês. Em um estudo que fiz ano
passado, eu verifiquei que o mês de Julho, para praticamente todo tipo de ativo
em renda variável, é caracterizado, na média, por ser de alta. Vamos ver como
vai ser este ano.
Até a próxima postagem!
Jun 18, 2022
AVISO IMPORTANTE: todas as análises realizadas
aqui NÃO são (e nem implicam em) recomendações de compra ou venda de
ativos financeiros. O objetivo dos posts deste blog é unicamente compartilhar
análises, opiniões pessoais e discutir ideias.
Gostaria de agradecer ao amigo Felipe Gameleira por ter me passado a notícia
do que está acontecendo com o Bitcoin.
Galera, post relâmpago aqui, dado o momento histórico que o Bitcoin está
passando (Felipe, obrigado mais uma vez pelo avido). Vejamos o que está
acontecendo pela figura abaixo.

Figura 1 - Bitcoin em 18 de junho de 2022
Antes de tudo, algumas explicações:
- O gráfico acima corresponde ao período semanal;
- As cotações são oriundas da corretora Gemini;
- O gráfico acima foi montado a partir da plataforma TradingView;
- A linha roxa corresponde a uma média móvel de 200 semanas (aproximadamente 4 anos);
- O IFR que utilizo é de 52 semanas (1 ano);
Dito isso, vamos lá: pela primeira vez, o BTC rompeu para baixo um topo
histórico anterior (mais especificamente o de U$20.000,00, de Dezembro) de
2017. Além disso, o BTC também rompeu para baixo a média móvel semanal de 200.
No passado, romper a média móvel citada significou o início do bull market.
Por outro lado, o rompimento para baixo de um topo histórico anterior é
novidade. Por causa disso, estamos, mais uma vez, diante de um momento muita
incerteza quanto aos movimentos futuros da moeda.
Particularmente falando, eu costumo traçar possibilidades para dois cenário:
(a) o que pode acontecer caso continue caindo; e (b) o que pode acontecer caso
comecer a subir. Em relação ao cenário "a", o meu PALPITE (logo, não tomem
como recomendação de compra/venda) é cair até a região de U$13.000,00, quiçá
até U$12.500,00. Estes são os próximos topos anteriores, logo são os próximas
regiões de suporte, pelo menos no gráfico semanal. Em relação ao cenário "b",
o meu PALPITE (logo, não tomem como recomendação de compra/venda) é de que
não o preço retorne ao maior topo histórico (região de U$62.000,00), como
inclusive suba mais até atingir a região de U$100.000,00. O que me leva a
pensar isso foi uma análise que fiz baseada em Ondas de Elliott.
Um outro palpite que eu tenho é que esses dois rompimentos
(média móvel e topo anterior) podem configurar um trap, que pode (mas não é certo ainda) ser confirmado se o Bitcoin
romper (para cima) a região dos U$27.000,00. Percebam também que o IFR está
atingindo seu menor valor histórico, outro sinal de "reversão para a alta".
Em linhas gerais, temos mais sinais (em termos de quantidade) que os preços
subirão do que cairão. No entanto, os sinais de que continuaram caindo são
fortes o suficiente para compensar a quantidade menor. Seguiremos acompanhando
o que vai acontecer pela frente.
Até a próxima postagem!